Gravidez de Alto Risco
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Na grande maioria dos casos, ter um bebê é um processo que transcorre sem intercorrências (fenômeno fisiológico), cabendo a mãe ater-se aos cuidados básicos do pré-natal (higiene pessoal, alimentação saudável, atividade física, uso de ácido fólico). Porém, em algumas condições, a gravidez pode ser considerada de alto risco. Isto acontece quando existem situações potenciais que podem afetar a saúde e bem-estar da mãe, do bebê ou de ambos.
No Brasil, o Ministério da Saúde reconhece um conjunto de marcadores e fatores de riscos gestacionais que podem ser classificados em dois grandes grupos.
O primeiro grupo reúne fatores que são anteriores à gestação e estão relacionados a características do indivíduo, situação sócio-demográfica, histórico reprodutivo anterior e condições clínicas preexistentes.
O segundo grupo está relacionado a condições e complicações que podem surgir no decorrer da gestação, transformando-a em uma gestação de alto risco.
É importante alertar que uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Por este motivo, o acompanhamento pré-natal realizado durante toda a gravidez é fundamental para identificar problemas precocemente de forma a poder atuar, a depender do problema encontrado, de maneira a impedir um resultado desfavorável.
A realização de exames de ultrassonografia faz parte da avaliação destas gestantes, pois permite o acesso não invasivo e em tempo real ao feto, possibilitando uma série de avaliações como da quantidade do líquido amniótico, o grau de maturidade da placenta e a circulação materno-fetal, entre outras.
É importante que a realização destas ultrassonografias sejam realizadas por médicos especialistas em medicina fetal para uma melhor avaliação dos parâmetros ultrassonográficos com interpretação adequada das imagens capturadas para melhor suporte ao médico pré-natalista (obstetra).
Confira abaixo os fatores de riscos gestacionais publicados pelo Ministério da Saúde no Manual Técnico para Gestação de Alto Risco.
Fatores anteriores à gestação
- Características individuais da gestante
- Idade maior do que 35 anos
- Idade menor do que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos
- Altura menor que 1,45m
- Peso pré-gestacional menor que 45Kg ou maior que 75Kg (IMC < 19 ou IMC > 30)
- Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos
- Condições sóciodemográficas da gestante
- Hábitos de vida, como uso de fumo e álcool
- Dependência de drogas lícitas ou ilícitas
- Exposição a riscos ocupacionais como esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse
- História reprodutiva anterior
- Abortamento habitual
- Morte perinatal explicada e inexplicada
- História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado
- Parto pré-termo anterior
- Esterilidade/infertilidade
- Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos
- Nuliparidade e grande multiparidade
- Síndrome hemorrágica ou hipertensiva
- Diabetes gestacional
- Cirurgia uterina anterior (incluindo 2 ou mais cesáreas)
- Condições clínicas preexistentes
- Hipertensão arterial
- Cardiopatias
- Pneumopatias
- Nefropatias
- Endocrinopatias
- Hemopatias
- Epilepsia
- Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local)
- Doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide, entre outras)
- Ginecopatias
- Neoplasias
Condições ou complicações durante a gravidez
- Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos, tais como uso de medicamentos, exposição a radiação, entre outros
- Doenças obstétricas na gravidez atual
- Desvio quanto ao crescimento uterino esperado, número de fetos e volume do líquido amniótico
- Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada
- Ganho ponderal inadequado
- Pré-eclâmpsia e eclâmpsia
- Diabetes gestacional
- Amniorrexe prematura
- Hemorragias da gestação
- Insuficiência istmo-cervical
- Aloimunização
- Óbito fetal
- Intercorrências clínicas
- Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.)
- Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias)